FORMAÇÃO: Meu Grupo de Oração

1. Introdução
Grupo de Oração é uma comunidade carismática que cultiva a oração, a partilha e todos os outros aspectos da vivência do Evangelho, a partir da experiência do batismo no Espírito Santo.
O Grupo de Oração é a célula fundamental da Renovação Carismática Católica e caracteriza-se por três momentos distintos:
ü  Núcleo de Serviço;
ü  Reunião de Oração e
ü  Grupo de Perseverança.
2. O coordenador do Grupo de Oração
Cada grupo de oração deve ter um coordenador que, junto com o núcleo de serviço, num trabalho conjunto, é responsável por ele.
É importantíssimo que o coordenador seja uma pessoa de intimidade com Deus, de intensa vida de oração e de escuta, para que Jesus seja o Senhor do Grupo de Oração e o Espírito Santo o conduza.
Liderança não é dominação; a liderança espiritual é diferente da liderança humana. Coordenar não é fazer tudo, não é autoritarismo, mas sim distribuir os trabalhos.
O modelo de líder é Jesus. Por isso, ele deve estar sempre a serviço (cf. Mt 20,25-28).
São características do bom coordenador:
ü  Aberto, acolhedor, não se abate facilmente, é artífice da unidade e da paz (cf. 2 Tim1,6-9);
ü  Organizado, obediente, de boa intenção (cf. Bar 6, 59-62);
ü  Tem consideração com os outros (cf. I Tes 5,12-13);
ü  Caminha no Espírito (cf. GI 5, 24-26);
ü  Trabalha em equipe, não centraliza as atividades;
ü  Tem domínio, encorajando os tímidos, controlando os faladores;
ü  Tem zelo, ordem, compromisso e pontualidade;
ü  Tem uma mentalidade aberta à ação do Espírito Santo, que quer transformar sem cessar;
ü  É conhecedor da doutrina da Igreja.
ü  Ainda, é necessário que o coordenador dê oportunidade a todos;
ü  Apóie e reconheça o crescimento do irmão;
ü  Faça servos líderes, melhores que ele;
ü  Não resista às mudanças (cf. Rm 12, 2);
3. O núcleo de serviço: primeiro momento do Grupo de Oração
Todo grupo de oração carismático tem sua coesão, boa ordem, planejamento e continuidade assegurados pelo núcleo de serviço, que é um pequeno grupo de servos que assume o grupo todo em sua espiritual idade e estrutura.
Nele, os líderes do GO se reúnem para orar, planejar, avaliar e até mesmo terem momentos de formação específica para estes que são chamados a exercer o carisma da coordenação.
É ele o primeiro intercessor do GO. Ainda que o ministério de intercessão esteja bem constituído, o núcleo jamais deve cessar de pedir pelo bom andamento do grupo, com o desejo sempre ardente de fazer a vontade do Senhor.
É imperioso colocarem-se a escuta, sempre perguntando: “o que queres Senhor?”. Dado a importância deste núcleo, percebemos porque é dele que brota o “rhema” para a reunião de oração.
Podemos identificar como vai um Grupo de Oração pelo seu núcleo. Se neste último há o amor fraterno, alegria, se, se deixam conduzir pelo Espírito Santo, certamente esta vivência transbordará para os demais membros do Grupo de Oração.
Aliás, por falar nisso, núcleo é núcleo. Não é um grupo grande ou formado por todos os servos da equipe de serviço. Neste primeiro momento, participam o coordenador do GO com mais algumas pessoas.
As finalidades do núcleo são:
a) Avaliar o que Deus fez em cada reunião de oração, não dizendo “foi bom” ou “deveria ter sido melhor”, mas discernindo em oração o que Deus disse.
Pode-se avaliar como foi a reunião respondendo, com todo o núcleo, a alguns questionamentos, tais como:
a)      Houve ensinamento?,
b)      Os louvores foram cheios de amor e alegria?,
c)      Os cantos foram ungidos e levaram o povo a louvar?,
d)      Como foi a acolhida?,
e)      Houve profecias?,
f)       Houve testemunhos?.
g)      Como foi a evangelização?,
h)      Foi enriquecedora a manifestação da caridade, da fraternidade, da comunhão?, etc.
b) Acompanhar (Pastorear) e assistir os fiéis que estão no grupo em sua necessidades pessoais (doenças, dificuldades de oração, perda de paciência, ausência nas reuniões, etc) encaminhando-os aos serviços (intercessão, cura e libertação, cura interior, grupo de perseverança, etc).
c) Revezar-se na condução da reunião de oração;
d) Interceder constantemente pelo Grupo de Oração do qual faz parte.
e) Preparar as reuniões do Grupo de Oração, distribuindo os serviços e responsabilidades, escolhendo, preparando a pregação e rezando por aqueles que desempenharão alguma função;
Os membros do núcleo de serviço do Grupo de Oração devem ser bem formados e profundamente dados à oração, treinados no discernimento comunitário, obedientes e dispostos a dar a vida no serviço do Senhor.
Fazer parte do núcleo não é condição de destaque, mas posto de serviço aos irmãos, para que Jesus seja o destaque em suas vidas.
O objetivo do núcleo de serviço é louvar, orar, interceder pelo grupo, discernir e aplicar a orientação para o grupo. Sua missão é evangelizar e formar os membros do grupo e levá-los a uma profunda experiência com Deus, de vida no Espírito Santo, inserindo-os no conjunto da Igreja.
“Que os homens nos considerem, pois, como simples operários de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. Ora, o que se exige dos administradores é que sejam fiéis” (I Cor 4, 1-2).
O perfil ideal do participante do núcleo inclui:
ü  Constância nas reuniões de oração;
ü  Frutos de conversão;
ü  Responsabilidade;
ü  Maturidade humana e espiritual;
ü  Carisma de liderança;
ü  Senso eclesial;
ü  Relativa aceitação comunitária, entre outras características.
Nem sempre a pessoa que “reza mais” ou aquela mais “espiritual” é a mais indicada para fazer parte do núcleo. No geral, o coordenador deve escolher seus auxiliares em oração e com bastante cautela e discernimento.
Geralmente as pessoas precisam de algum tempo de caminhada no Grupo de Oração antes de fazerem parte do núcleo de serviço.
Obs.: Não é o tempo de participação na RCC o único critério para escolha do participante do núcleo.
As pessoas menos indicadas para pertencer ao núcleo de serviço são:
Ø   As que têm algum desequilíbrio emocional/psíquico ou carências afetivas muito fortes;
Ø   As que se relacionam mal e perturbam a paz;
Ø   Pessoas autoritárias, imaturas no uso dos carismas ou que tenham restrições à doutrina da Igreja
Também é preciso tomar cuidado com aqueles que utilizam o núcleo para tentarem solucionar problemas pessoais ou para se auto-afirmarem.
A reunião do núcleo é o momento da experiência de Pentecostes,como que a repetição do cenáculo vivido pelos primeiros cristãos (cf.At 2, 1-4). Na reunião do núcleo, cada participante vai ficar motivado e vai motivar o Grupo de Oração a partir de sua experiência. A reunião de oração deve transbordar a experiência que o núcleo de serviço teve. Daí brota a pregação, que supera as expectativas de todo o povo. Então, a experiência do núcleo é base para toda motivação do povo. O núcleo de serviço do Grupo de Oração deve reunir-se semanalmente, com dia e horário definidos, para melhor exercer seu aposto lado (cf. 1 Cor 14, 33) e deve haver sigilo absoluto do que ali for tratado (cf. SI 140, 3).
Antes de mais nada, rezar, rezar e rezar; insistir, a exemplo dos apóstolos após a libertação de Pedro e João (cf. At 4, 23-31), que o Senhor derrame nova e abundantemente seu Santo Espírito e que renove as manifestações dos carismas.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1)      Afinal, para que serve o núcleo?
            A função primeira do núcleo é a de coordenar o G. O. A ele cabe a orientação e comando sobre o grupo de oração.
2)      O coordenador da Reunião de Oração deve ser o mesmo do Núcleo?
            O coordenador do Grupo de Oração (como um todo) também deve coordenar o núcleo, o que não que dizer que deva ser sempre o coordenador da reunião de oração.
3)      Quantas pessoas devem participar do núcleo de um G. O?
            Como o núcleo faz um serviço de discernimento por excelência e responsável pela caminhada do GO, não é recomendável que tenha muitos servos. (de três a nove).
4)      Quem deve participar?
            Compete, pois, ao coordenador, depois de eleito e confirmado pela comunidade, convidar os servos da sua confiança que compor o núcleo.
5)      Qual o critério para participar do núcleo?
Para se convidar um novato para o núcleo em primeiro lugar deve ser observada a necessidade, por parte do próprio núcleo, se este está pronto para receber novatos (lembrando que o núcleo não pode ser do tipo panelinha).
6)      Sobre os servos que não participam do núcleo, mas tem um ministério específico, eles não precisam se encontrar uma vez por semana? Basta irem aos encontros de formação, abastecimento do ministério que exercem?
Esses servos devem se reunir frequentemente sim… não sei se uma vez por semana, mas com uma frequência definida (dia e horário). As reuniões têm diversas finalidades e uma delas é a unidade na oração!